USO DE FONTES ALTERNATIVAS E BAIXO CUSTO DE CALAGEM PARA SOLOS AGRÍCOLAS¶

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Resumo¶

Este estudo avaliou o uso de fontes alternativas na redução da acidez do solo. O estudo foi realizado em um delineamento experimental inteiramente casualizado em esquema fatorial 6 X 4 com 3 repetições. Foram testadas três fontes alternativas de corretivo de acidez e fornecimento de cálcio, casca de ovo, casca de ostra e resíduo de mármore, duas fontes de calagem convencional calcário calcítico e calcário dolomítico e um tratamento controle os quais foram incubados em um Latossolo Amarelo por 4 períodos 30, 60, 90 e 120 dias. A cada período de incubação foram analisados: $pH_{H2O}$, $\text{Al}^{3+}$, H+Al, $\text{Ca}^{2+}$ e $\text{Mg}^{2+}$. As propriedades químicas do solo foram influenciadas pelos corretivos utilizados. A casca de ostra resultou em maior eficiência no aumento do pH, Ca, Mg e redução do Al, indicando que resíduos podem ser utilizados na correção dos solos, reduzindo custos com aquisição de fontes de calcário comerciais.

Palavras chave: Resíduo, Redução de custos, Fertilizantes.

1. Introdução¶

A conservação dos recursos naturais não renováveis e energia pode ser obtido pela redução, reuso e reciclagem dos materiais o que melhora os processos gerais de gerenciamento de resíduos. O reaproveitamento de resíduos industriais e domésticos é facilitado quando os mesmos podem ser utilizados como substitutos ou complemento de um produto de uso comercial.

A deficiência de P e a acidez do solo são os fatores mais limitantes a produção de solos tropicais. A acidificação do solo é um processo natural o qual pode ser intensificado por diversas intervenções antrópicas como cultivo intensivo, uso de fertilizantes nitrogenados entre outros. A acidificação do solo resulta na perda de cátions básicos e aumento da concentração alumínio e manganês trocáveis em concentrações tóxicas (SOUZA et al., 2007), elementos que representam fator limitante ao crescimento das plantas (LO MONACO et al., 2015).

A técnica da calagem contribui de forma relevante para o aumento da produtividade de diversas espécies (BARRETO ET AL., 2008). Diversos resíduos apresentam o potencial de ser utilizados como corretivos agrícolas tais como casca de ovo, casca de ostra e resíduos mármore devido à alta quantidade carbonato de cálcio presentes em tais materiais

O uso de insumos agrícolas como calcários e fertilizantes é cada vez mais caras para o produtor e o uso de fontes alternativas dos resíduos é uma solução que barateia o custo de produção e ao mesmo tempo melhora a sustentabilidade ambiental. Este estudo comparou: 1- o potencial de neutralização de fontes convencionais de correção de acidez do solo com fontes alternativas; 2 -- e a capacidade de fornecer Ca.

2. Metodologia¶

Para desenvolvimento deste trabalho, um Latossolo Amarelo foi incubado a 60% da capacidade de campo por 35 dias na BOD a 25ºC. O estudo foi realizado em um Latossolo Amarelo delineamento experimental inteiramente casualizado em esquema fatorial 6 X 4 com 3 repetições. Os tratamentos foram testados em um Latossolo Amarelo. Foram utilizadas três fontes alternativas e de baixo custo de corretivo de acidez e fornecimento de cálcio, casca de ovo, casca de ostra e resíduo de mármore, duas fontes de calagem convencional calcário calcítico e calcário dolomítico e um tratamento controle, sem neutralizante de acidez, os quais foram incubados por 4 períodos 30, 60, 90 e 120 dias.

Antes do início do estudo cada material foi caracterizado no Raio X de fluorescência para determinar os teores de metais óxidos presentes nas amostras (Tabela 1), além da determinação do poder relativo de neutralização total (PRNT). A adição dos diferentes materiais foi feita para elevar a porcentagem de saturação por base do Latossolo Amarelo para 60%. No fim de cada período de incubação foi feito a determinação dos valores de pH em água, $\text{Al}^{3+}$, H+Al, $\text{Ca}^{2+}$ e $\text{Mg}^{2+}$ no solo pelo método EMBRAPA (2011).

3. Resultados e Discursão¶

Entre os materiais avaliado, a eficiência na elevação do valor de pH nos 60 primeiros dias de incubação seguiu a sequência: casca de ostra > casca de ovo ≅ calcário calcítico > calcário dolomítico ≅ mármore > controle. Estes resultados indicam que a casca de ostra apresenta um grande potencial de promover alteração do pH solo em curto período de tempo, (Tabela 2). Após 60 dias de incubação todos os tratamentos ao qual foi adicionado os corretivos reduziu o pH do solo. Entretanto, o pH do controle aumentou com o tempo de incubação.

A eficiência da casca de ostra na elevação do pH do solo deve-se a eficiência do material em reduzir a acidez potência do solo. Durante o período de incubação a acidez potencial da casca de ostra foi de 3.47 a 12 vezes menor do que a do calcário dolomítico e de primeiros dias de incubação a acidez potencial do solo com a casca de ostra foi de 2.2 a 9.0 vezes menor do que a do calcário calcítico, (Tabela 3).

Os teores de Ca trocáveis presentes no solo incubados com os diferentes compostos, durante os primeiros 60 dias, seguiu mesma sequência observado para pH ou seja: casca de ostra > casca de ovo ≅ calcário calcítico > calcário dolomítico≅ mármore > controle. Após 60 dias de incubação os teores de Ca no solo incubado com casca de ostra se assemelha com o da casca de ovo, (Tabela 4).

4. Conclusão¶

O uso de resíduos alternativos mostra que a casca de ostra e cascas de ovos apresentaram resultados significativos para a correção do solo, reduzindo assim custos com aquisição de fonte de calcário comerciais.

Referências Bibliográficas¶

BARRETO, P.M.; SANTOS, A.C.; GUIMARÃES JÚNIOR, M.P.A.; BRITO, S.S.; TERRA, T.G.R.; LEAL,T.C.A. Relações Ca:Mg nas características agronômicas do Brachiaria brizantha cv. MG-4. Pubvet, v.2, n.38, 2008.

Meneghelli4, Carla da Penha Simon. CONCHAS DE OSTRAS E CASCAS DE OVOS MOÍDAS COMO CORRETIVOS DA ACIDEZ DO SOLO. Engenharia na agricultura, viçosa - mg, V.23 N.6, NOVEMBRO/DEZEMBRO 2015

SOUZA, D.M.G.; MIRANDA, L.N. & OLIVEIRA, S.A.Acidez do solo e sua correção. In: NOVAIS, R. F.; ALVAREZ V.; V.H.; BARROS, N.F.; FONTES, R.L.F.; CANTARUTTI, R.B.; NEVES, J.C.L. (Ed.). Fertilidade do solo. Viçosa, MG: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 2007. p. 205-274

Torres, G. C. T., Muniz, T. L. (2016). A construção da consciência ambiental e a importância das Organizações Internacionais no enfrentamento das questões ambientais globais. Revista do Direito Público, 11(1), 183 - 204.